Duas notícias preocupantes:
1ª
09/01/2012 - 14h40
China adverte EUA a serem "cuidadosos" em reorientação militar
O Ministério da Defesa da China advertiu os Estados Unidos nesta segunda-feira a serem "mais cuidadosos em suas palavras e ações", depois de anunciarem um novo plano da defesa que enfatiza responder à ascensão China com o apoio de alianças e bases americanas em toda a Ásia.DA REUTERS, EM PEQUIM
A declaração do porta-voz do ministério, Geng Yansheng, foi a reação mais completa de Pequim até agora à nova estratégia americana, revelada na semana passada. Ela traz a mistura de cautela e contenção que marcou a resposta chinesa aos esforços do governo Obama na Ásia desde o ano passado.
"Percebemos que os Estados Unidos divulgaram esse guia para sua estratégia de defesa, e vamos observar de perto o impacto que o ajuste da estratégia militar norte-americana tem na região Ásia-Pacífico e nos desenvolvimentos da segurança mundial", disse Geng em um comunicado divulgado no site do ministério.
"As acusações feitas contra a China pelos EUA neste documento são totalmente infundadas", reforçou.
A nova estratégia americana promete aumentar a força na Ásia em uma tentativa de conter a capacidade crescente da China de se contrapor ao poderio dos EUA na região, ao mesmo tempo em que as forças americanas recuam em outros cantos do mundo.
"Esperamos que os Estados Unidos fluam com a maré da época, e lidem com a China e os militares chineses de uma maneira racional e objetiva, que sejam cuidadosos em suas palavras e ações e façam o que for benéfico para o desenvolvimento das relações entre os dois países e suas forças armadas", afirmou o ministro.
Sob esta nova estratégia, os EUA manterão grandes bases no Japão e na Coreia do Sul e enviarão marines, navios da Marinha e porta-aviões ao Território Norte da Austrália.
A estratégia visa conter tentativas eventuais da China e do Irã de bloquear as capacidades norte-americanas em áreas como o Mar do Sul da China e o Estreito de Ormuz.
A China vem buscando o equilíbrio, expressando sua preocupação com as medidas norte-americanas ao mesmo tempo em que mostra seu desejo de relações estáveis com Washington, principalmente quando os dois lados lidam com políticas internas este ano, quando o presidente Barack Obama enfrenta uma batalha pela reeleição e o Partido Comunista chinês assiste a uma troca de liderança.
TEMORES CRESCENTES
A presença militar americana crescente na Ásia baseia-se no erro de cálculo de que Pequim pretende modernizar suas defesas militares, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na segunda-feira.
"A acusação contra a China no documento não tem base, e é fundamentalmente irrealista", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin, em uma coletiva de imprensa, em resposta a uma pergunta da mídia estatal sobre se a China representa uma ameaça à segurança dos EUA.
"A China adere ao caminho do desenvolvimento pacífico, uma política exterior pacífica e independente e uma política de defesa nacional defensiva", acrescentou Liu.
Mesmo assim, ainda há um temor crescente nos EUA e na Ásia sobre os desenvolvimentos militares da China nos últimos anos.
A China vem expandindo seu poderio naval, com submarinos e porta-aviões, e também aumentou suas capacidades de vigilância e de mísseis, ampliando seu alcance ofensivo na região e enervando os vizinhos.
A disputada propriedade de recifes e ilhas ricas em petróleo no Mar do Sul da China, pelos quais navegam anualmente US$ 5 trilhões em comércio, é uma das maiores ameaças à segurança na Ásia.
2ª
04/01/2012 - 06h45
China é contrária a sanções unilaterais contra o Irã
DA FRANCE PRESSE
A China destacou nesta quarta-feira que é contra sanções "unilaterais" ao Irã, em referência a uma lei americana que reforça as sanções contra o setor financeiro iraniano para obrigar o país a abandonar o programa nuclear.
"A China se opõe a que prevaleça uma lei nacional sobre as transações internacionais e imponha sanções unilaterais a outros países", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Hong Lei.
As novas medidas autorizam o governo americano a congelar os bens de qualquer instituição financeira estrangeira que registrar transações comerciais com o Banco Central iraniano no setor de petróleo.
Paralelamente, a União Europeia examina um possível embargo do petróleo iraniano.
Atualmente, a tensão é elevada. Teerã testou novos mísseis na segunda-feira no Estreito de Ormuz e ameaçou fechar esta via, por onde passa 35% do tráfego petroleiro marítimo mundial, no caso de novas sanções internacionais.